Na tarde da quinta-feira (14), durante a sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, o senador Jorge Seif (PL-SC) protagonizou um momento de emoção e tensão ao dirigir duras críticas ao general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-comandante do Comando Militar do Planalto (CMP) e responsável pelo quartel-general do Exército em Brasília durante os acampamentos de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro após as eleições.
O senador acusou Dutra de “entregar” os militantes acampados em frente ao quartel-general em Brasília para serem presos. Emocionado, Seif exibiu um vídeo durante a sessão no qual manifestantes pediam às Forças Armadas que “salvassem o Brasil” e questionou o general sobre o que ele considerou uma omissão diante do “clamor do povo”.
“O senhor tem coragem agora de chamar essas pessoas que clamavam por vocês, clamavam por justiça, de criminosos, general?”, questionou Seif.
No decorrer do depoimento, Dutra enfatizou repetidas vezes que estava cumprindo uma ordem judicial emitida em 9 de janeiro para dar apoio às forças policiais na desmobilização do acampamento e na prisão em flagrante das pessoas envolvidas.
Dutra também narrou como ocorreu a desmobilização do acampamento em 9 de janeiro, no dia seguinte às invasões das sedes dos três Poderes, e relembrou que a primeira tentativa de dispersar o grupo em 29 de dezembro de 2022 foi cancelada por determinação do então comandante do Exército, general Freire Gomes.
O episódio na CPMI do 8 de janeiro deixou claro o clima de tensão e polarização que envolveu os eventos pós-eleitorais de 2022, revelando as divisões profundas na sociedade brasileira e o papel das instituições militares nesse contexto conturbado.