Um dia após sua vitória nas eleições argentinas, o presidente eleito ultraliberal, Javier Milei, reafirmou seus planos de implementar reformas profundas, anunciando o fechamento do Banco Central e a dolarização da economia. Em uma entrevista à “Rádio Continental”, Milei declarou que espera que seu plano, que inclui medidas para conter uma inflação em torno de 140% ao ano, leve entre 18 e 24 meses para surtir efeito.
“Fechando o Banco Central, estamos cumprindo uma obrigação moral, e a dolarização é uma forma de nos livrarmos dele”, destacou Milei durante a entrevista. Ele também indicou que, inicialmente, manterá a taxa de câmbio e não removerá as restrições ao estoque de dólares dos bancos impostas pelo presidente atual, Alberto Fernández.
À rádio “Mitre”, o presidente eleito reforçou sua intenção de privatizar empresas estratégicas, incluindo as de petróleo e comunicação. “Tudo o que puder estar nas mãos do setor privado, estará nas mãos do setor privado”, afirmou Milei, referindo-se à petroleira YPF e às redes de informação TV Pública, Rádio Nacional e Télam. Segundo Milei, a reconstrução rápida da empresa de petróleo é necessária, enquanto os canais de comunicação se tornaram “um mecanismo de propaganda”.
Na noite da vitória, Milei já havia proclamado uma visão ambiciosa para o futuro, afirmando que, seguindo seu caminho, a Argentina se tornará “novamente uma potência mundial” em 35 anos. Ele pediu responsabilidade ao governo atual, destacando a chegada de uma “nova Argentina” e a necessidade de ação em conformidade. “Chega de modelo de casta empobrecedor”, concluiu Milei, prometendo ser implacável com aqueles que resistirem às mudanças propostas.