Acusações de exploração sexual infantil na Ilha de Marajó, no Pará, ganham destaque novamente após a denúncia contundente da cantora paraense Aymeê durante sua participação no reality show gospel Dom Reality. Aymeê expôs a realidade sombria da ilha, onde crianças enfrentam o horror da prostituição infantil em troca de alguns poucos reais.
Aymeê não está sozinha nessa batalha. Desde 2006, quando a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados abriu uma investigação sobre o assunto, várias vozes têm se levantado contra essa terrível prática. Políticos locais, segundo documentos revelados na época, estariam envolvidos nos casos, alimentando uma rede nefasta que leva crianças para se prostituírem em outras cidades e até mesmo em países vizinhos.
Em 2022, a ex-ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, trouxe à tona a brutalidade que assola a ilha, relatando até mesmo a remoção de dentes de crianças para facilitar abusos sexuais. Contudo, suas declarações geraram controvérsias e pedidos por evidências, sem as quais uma ação civil pública foi solicitada contra a ministra e a União.
Nas redes sociais, a comoção é evidente. Internautas clamam por justiça, enquanto figuras públicas como Juliette e Carlinhos Maia se solidarizam com as vítimas e pedem ação das autoridades. A Ilha de Marajó não está sozinha nessa luta. O Programa Cidadania Marajó, implementado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, busca combater a exploração e o abuso sexual de crianças e adolescentes na região.
O reality Dom Reality, transmitido no Youtube desde 2022, tornou-se um espaço de denúncia e conscientização. Produzido por Tiago Stachon e Paulo Alberto, em parceria com a produtora Multiforme Filmes e a plataforma de streaming Deezer, o programa é uma voz em meio ao silêncio, revelando talentos da música gospel e dando visibilidade a questões urgentes como a exploração infantil.