Um vídeo chocante divulgado nas redes sociais na última quinta-feira (25) mostra um momento perturbador de abuso policial durante uma abordagem na capital paulista. Nas imagens, um policial militar é visto espirrando spray de pimenta no rosto de um homem negro desarmado e imobilizando-o pelo pescoço. O caso, que ocorreu no dia 23 de abril, ganhou destaque quando o deputado estadual Renato de Freitas (PT-PR) divulgou as imagens, recebidas de um denunciante.
De acordo com a denúncia recebida pelo deputado, a situação começou após o homem negro ser confrontado pelo ex-marido da proprietária do imóvel onde residia, alegadamente sobre um aluguel já pago. Após a chegada da Polícia Militar, o homem tornou-se o alvo da abordagem, resultando na brutalidade flagrada no vídeo.
Enquanto o homem estava imobilizado pelos policiais, sem oferecer resistência, os moradores presentes tentavam intervir, destacando a boa conduta do homem abordado. No entanto, os pedidos foram ignorados pelos policiais.
Em resposta ao incidente, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que a Polícia Militar não tolera desvios de conduta e está conduzindo uma investigação interna. Apesar disso, não foi informado se os policiais envolvidos serão afastados de suas funções.
Diante da repercussão do caso, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) solicitou ao Ministério Público a investigação do incidente e a identificação dos agentes envolvidos. Hilton também requisitou acesso às imagens das câmeras corporais, ressaltando que o uso desproporcional da força, incluindo o uso de spray de pimenta diretamente no rosto, é proibido pela legislação que define os crimes de tortura. O caso levanta sérias preocupações sobre a conduta policial e a necessidade de responsabilização por abusos de poder.