O apresentador Ratinho gerou controvérsia ao comentar sobre a atuação das Forças Armadas no processo de reconstrução do Rio Grande do Sul, sugerindo que os militares deveriam ser direcionados para tarefas de limpeza em vez de atividades menores, como pintar meio-fio.
Ratinho expressou sua insatisfação com o trabalho realizado pelas Forças Armadas no Rio Grande do Sul (RS) após recentes enchentes que devastaram a região. Segundo o apresentador, os militares deveriam estar mais envolvidos em ações de limpeza.
“Eu acho que as Forças Armadas deveriam entrar para limpar, em vez de deixar os soldados lá no quartel pintando meio-fio sem fazer nada. Coloquem eles para limpar, queimando aqueles montes de lenha, limpando tudo para começar de novo,” disse Ratinho.
Ele destacou que a reconstrução do RS depende principalmente da população local. “Quem vai consertar o Rio Grande do Sul é o povo. Ou o Governo Federal, porque pagamos impostos. Eles vão pegar o dinheiro e consertar – e nós também podemos ajudar diretamente. Vai de cada um ajudar no que puder, independente do imposto que já pagamos.”
Gaúchos Enfrentam Desafios na Retomada Pós-Enchente
População trabalha para limpar e reconstruir em meio a incertezas
Na terceira semana após as enchentes, escolas, universidades, empresas e outras entidades no Rio Grande do Sul começam a desmobilizar locais que serviram de abrigo para os desabrigados, buscando retomar a normalidade. No entanto, muitos ainda enfrentam a perda de suas casas e a tarefa de limpar ruas e residências cobertas por entulho.
A população se esforça para recriar rotinas e adaptar suas vidas após a catástrofe. Quando a água baixar completamente, proprietários poderão localizar seus veículos, que agora estão espalhados pela cidade como em um “cemitério” de automóveis.
Escolas particulares da capital já tentam retomar as atividades desde a semana passada, enquanto universidades planejam prosseguir com o período letivo de forma online. Contudo, as escolas que serviram de abrigo enfrentam o desafio de realocar os desabrigados antes de retomarem as aulas normalmente.
“Hoje retornamos às aulas em horário normal, mas sem atividades no ginásio. O abrigo continua de forma independente, e algumas famílias estão tentando voltar para suas casas. O trabalho esta semana é encaminhar os abrigados para suas casas ou para novos locais,” afirmou Sueli Rosane Gonzatti, diretora da escola Mãe de Deus, que abrigou 120 pessoas.
Esforços de Limpeza e Retorno
Comunidade e autoridades colaboram para recuperar áreas afetadas
Na linha de frente, a prioridade inicial foi retirar as pessoas das casas alagadas e levá-las para abrigos. Com a diminuição do nível das águas, agora é o momento de retorno e limpeza. As autoridades recomendam que o lixo retirado das casas seja colocado nas ruas para coleta pelo Departamento Metropolitano de Limpeza Urbana, mas é necessário esperar que a água baixe mais.
“Estamos focados no retorno das pessoas, organizando mutirões e fornecendo materiais de limpeza,” disse Leonardo Rancich em um vídeo na página da escola de esportes náuticos Kitesul.
John Würdig, consultor ambiental e ativista em Barra do Ribeiro, desempenhou um papel crucial durante os dias mais críticos da enchente, alertando a população sobre o avanço das águas. Agora, ele está gradualmente retomando suas atividades normais após um período de grande desgaste emocional.
“O maior colapso é estar na linha de frente, o que nos desgasta emocionalmente. É difícil se desligar do que aconteceu. Agora estou procurando me cuidar para seguir a vida, escrever e continuar alertando as pessoas,” descreveu Würdig.
A comunidade do Rio Grande do Sul segue unida em seus esforços de limpeza e reconstrução, enfrentando as dificuldades com determinação e solidariedade.