O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) comentou nesta quarta-feira (22/5) a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, por unanimidade, rejeitou os pedidos de cassação de seu mandato. Moro afirmou que as acusações contra ele eram “falsas e mentirosas” e apelou pelo fim do “espírito de revanchismo” no país. Ele destacou que o julgamento foi “técnico e independente”.
“Era evidente que a lei e a justiça estavam do meu lado neste caso. Não havia fatos que justificassem a cassação. Tenho orgulho de integrar o Senado e representar os paranaenses e o Brasil”, disse Moro a jornalistas.
O ex-juiz da Operação Lava Jato enfrentava acusações de abuso de poder econômico e político, além de uso indevido dos meios de comunicação durante a pré-campanha para as eleições de 2022. Moro reafirmou seu apoio no Senado, agradecendo nominalmente ao presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
“Sempre tive apoio dos meus pares senadores e da liderança do Senado, que tem feito um grande trabalho. O presidente Rodrigo Pacheco tem conseguido pautar temas importantes”, afirmou.
Reconhecendo as críticas da população ao Congresso, Moro considerou algumas como “injustas”. Ele elogiou o trabalho de Rodrigo Pacheco e do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e favorito para suceder Pacheco na presidência do Senado em 2025.
Oposição Contínua
Moro enfatizou que continuará sendo oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas defendeu uma redução na polarização política do país.
“Quero deixar claro que sempre serei oposição ao governo Lula. Não acredito nas pautas deste governo e acho que levam o país na direção errada. Temos que diminuir a temperatura política e, quando houver convergência política, estarei presente”, disse.
O senador negou planos de disputar a presidência em 2026, afirmando que o União Brasil já tem o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, como principal nome para concorrer ao Planalto.
Julgamento no TSE
Os ministros do TSE André Ramos Tavares, Cármen Lúcia, Nunes Marques, Raul Araújo, Isabel Galloti e Alexandre de Moraes acompanharam o voto do relator do caso, ministro Floriano de Azevedo Marques. Eles avaliaram os recursos apresentados pelas coligações do PT e PL contra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), que havia rejeitado a cassação de Moro.
O relator concluiu que não foi comprovado o uso indevido ou abusivo dos meios de comunicação, nem desvio de recursos do fundo partidário, conforme alegado pelos autores das ações. Floriano de Azevedo Marques destacou que não havia elementos suficientes para caracterizar abuso de poder econômico.
“Foram identificados gastos relevantes na fase de pré-campanha dos candidatos ao Senado do Paraná. Contudo, a análise específica desses gastos e a avaliação de sua dimensão quantitativa e qualitativa, considerando as circunstâncias da pré-candidatura de Sergio Moro, não configuram abuso de poder econômico”, explicou.