O deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), recentemente detido por suposta participação na ordem de assassinato da ex-vereadora Marielle Franco, teve uma trajetória política entrelaçada com a administração do prefeito Eduardo Paes até o início deste ano.
Paes, aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na capital fluminense, viu Brazão assumir a posição de secretário da Secretaria de Ação Comunitária de outubro de 2022 a janeiro deste ano, como parte de um acordo político costurado para a gestão municipal.
A nomeação de Brazão para o cargo foi atribuída ao partido Republicanos pela prefeitura do Rio, que afirmou em nota neste domingo (24) que sua designação foi uma determinação da legenda. Posteriormente, o Republicanos o substituiu diante das especulações sobre seu envolvimento no caso Marielle. Entretanto, Brazão era afiliado ao União Brasil, que o expulsou horas após sua prisão.
Chiquinho Brazão é irmão de Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio (TCE-RJ), também suspeito de participação na morte de Marielle. Com uma extensa carreira na política carioca, Chiquinho foi vereador por 12 anos antes de ingressar no Congresso, tendo sido colega de Marielle Franco na Câmara Municipal do Rio.
Seu suposto envolvimento no caso Marielle veio à tona através da delação de Ronnie Lessa, autor dos disparos que ceifaram a vida da ex-vereadora. Desde o início das investigações, a família Brazão já era mencionada como suspeita, especialmente Domingos Brazão, cuja posse de Chiquinho Brazão como secretário de Ação Comunitária ocorreu em 30 de outubro de 2023.
A entrada de Brazão no secretariado de Paes foi vista como parte de uma estratégia política visando à reeleição do prefeito, com a aliança com o Republicanos, que apoiava o governo federal na época, sendo considerada uma jogada crucial para a nomeação.