Luciane Barbosa Farias, esposa de Clemilson dos Santos Farias, conhecido como “Tio Patinhas” e líder do Comando Vermelho (CV) no Amazonas, emitiu uma declaração em resposta à controvérsia que surgiu após sua participação em reuniões no Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Sendo popularmente conhecida como a “dama do tráfico”, Luciane também ocupa o cargo de presidente da Associação Instituto Liberdade do Amazonas. Em sua nota, ela alega que está sendo injustamente “criminalizada” simplesmente por ser esposa de um detento. Seu marido, Tio Patinhas, está cumprindo pena por acusações de associação para o tráfico, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.

Ela enfatiza que não possui qualquer associação com organizações criminosas e que, como várias outras esposas e familiares de detentos, está enfrentando estigmatização devido a seu relacionamento conjugal. Em sua postagem no Instagram, ela afirma: “Não sou faccionada de nenhuma organização criminosa e venho, como inúmeras outras esposas e familiares, sendo criminalizada pelo fato de ser esposa de um detento”.
Luciane já foi investigada por suposto envolvimento com o CV e condenada por lavagem de dinheiro em benefício da organização criminosa. Contudo, ela revela que está recorrendo da decisão, reforçando que, no Brasil, o status de criminoso só deve ser atribuído após um veredicto definitivo.
Confira a nota completa:
A esposa de Tio Patinhas também justifica os encontros que teve no Ministério da Justiça, descrevendo-os como parte de uma articulação política em prol dos direitos humanos no sistema carcerário. Ela argumenta: “Não enxergo que pratico crime em pedir as reuniões em interlocução e nem que as autoridades, que estão cumprindo o papel institucional para o qual foram eleitas, nos receberam em diferentes instâncias em Brasília, possam ser criticadas e descredenciadas por isto”.
Os encontros de Luciane Barbosa

Farias no Ministério da Justiça ocorreram em datas distintas. Em 19 de março, ela se reuniu com Elias Vaz, secretário Nacional de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça. Mais de um mês depois, em 2 de maio, Luciane teve um encontro com Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). Além disso, ela participou de audiências dentro da Pasta com Paula Cristina da Silva Godoy, titular da Ouvidoria Nacional de Serviços Penais (Onasp), e Sandro Abel Sousa Barradas, diretor de Inteligência Penitenciária da Senappen. A “dama do tráfico” também participou de uma reunião no Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania.