Mensagens de texto obtidas do celular do ex-major Ailton Barros expõem o general e ex-ministro Braga Netto dirigindo insultos ao então comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, chamando-o de “cagão”. Segundo relatos, Braga Netto teria ficado irritado com a falta de apoio do militar ao discurso golpista naquela ocasião.
Além disso, o general também teria se referido ao então comandante da Aeronáutica, Carlos Almeida Baptista Júnior, como “traidor da pátria” pelos mesmos motivos.

Essas mensagens, datadas de dezembro de 2022, vieram à tona durante uma investigação da Polícia Federal (PF) que culminou em uma operação deflagrada nesta quinta-feira (8/2) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus associados, sob a acusação de planejar uma tentativa de golpe de estado.

Na troca de mensagens, Braga Netto e Ailton expressam descontentamento com os comandantes das Forças Armadas que não teriam aderido às ideias golpistas propostas na época. As mensagens indicam uma atmosfera de pressão e crítica aos líderes militares considerados não alinhados com as expectativas do grupo.

Esses diálogos contradizem a delação premiada do ex-chefe da ajudância de ordem de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, que afirmou que apenas o comandante da Marinha, Almir Garnier, teria concordado com o golpe. A divulgação das mensagens acrescenta mais complexidade ao cenário político e militar do Brasil, levantando questões sobre a conduta e os embates internos nas Forças Armadas.