Brasileiros que aguardam repatriação na Faixa de Gaza receberam autorização teórica para deixar a região, conforme a lista divulgada nesta sexta-feira (10/11). No entanto, sua saída depende da abertura da passagem de Rafah, que liga Gaza ao Egito, priorizando o trânsito de ambulâncias com feridos. O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, explica que a presença militar israelense e conflitos nas proximidades de hospitais têm dificultado a saída de ambulâncias, atrasando a partida dos brasileiros.
“[Há] Notícias de forte presença militar israelense e combates ao redor de hospitais, o que impede ou dificulta a saída de ambulâncias”, afirma Candeas. “Se as ambulâncias puderem sair amanhã, os estrangeiros também sairão, inclusive nossos brasileiros”, acrescenta.
Apenas cinco pessoas foram autorizadas a passar na fronteira de Rafah nesta sexta-feira, enquanto dezenas de brasileiros permanecem retidos no norte da Faixa de Gaza. Candeas destaca que todos os esforços diplomáticos estão sendo feitos para facilitar a repatriação dos estrangeiros em Gaza.
O ministro das Relações Exteriores (MRE), Mauro Vieira, expressou o desejo de autorizar a saída dos brasileiros “o mais rápido possível”, mas não especificou uma data para essa ação.
Os brasileiros planejavam partir da região de Gaza no sábado (11/11) e ser recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no domingo (12/11), após cruzar a fronteira de Rafah. No entanto, a passagem ainda não foi autorizada a ser aberta.
A situação tem gerado ansiedade entre os brasileiros retidos, com preocupações sobre suas condições e a necessidade de deixar Gaza. O Brasil e outros países buscam repatriar seus cidadãos de Gaza, onde a presença de cidadãos de 44 nações e trabalhadores de 28 agências, incluindo organismos da ONU, compreende cerca de 7,5 mil pessoas. O Egito estima que cerca de 500 pessoas cruzem a fronteira diariamente.