A vitória oficial de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais na Venezuela foi previsível para muitos, mas apenas ingênuos ou cúmplices poderiam acreditar que o processo seria legítimo. A eleição foi marcada por uma série de irregularidades que minaram sua credibilidade e mostraram o verdadeiro estado do regime venezuelano.
Uma das principais candidatas da oposição foi impedida de concorrer por decisões judiciais claramente influenciadas pelo governo, e sua substituta também foi barrada. Não houve presença de observadores internacionais imparciais, e antes mesmo da votação, Maduro ameaçou com “guerra civil” e “banho de sangue” em caso de derrota. Além disso, as fronteiras do país foram fechadas, intimidando potenciais eleitores, e milhões de venezuelanos exilados foram excluídos do processo. A disseminação dos resultados foi controlada por um sistema eleitoral alinhado ao governo, o que levantou ainda mais dúvidas sobre a transparência do pleito.
A oposição venezuelana, que em 2018 se absteve de participar da eleição, decidiu entrar na disputa em 2024, esperando que Maduro cumprisse o Acordo de Barbados. No entanto, sua participação acabou servindo apenas para que o ditador reclamasse uma falsa legitimidade. Era uma situação sem saída: não participar significaria abandonar qualquer tentativa de resistência política.
Entre os cúmplices dessa farsa, destaca-se o governo brasileiro sob a liderança de Lula, que tem um histórico de apoio ao regime bolivariano. Felizmente, a ministra Cármen Lúcia, em uma decisão de última hora, optou por não enviar observadores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) brasileiro para Caracas, evitando dar legitimidade à fraude. Maduro, por outro lado, parecia satisfeito com a presença de Celso Amorim como observador.
De acordo com a jornalista Janaína Figueiredo, antes mesmo do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) divulgar os resultados, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Iván Gil, comunicou-se com o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, para transmitir otimismo, refletindo a confiança do governo Maduro em sua vitória.
A resposta do Brasil, assim como de outras democracias latino-americanas, União Europeia e Estados Unidos, é crucial neste momento. Até agora, o silêncio de Lula tem sido ensurdecedor e revelador, contrastando com a indignação expressa por outras lideranças internacionais.
A história demonstra que regimes autoritários como o bolivariano na Venezuela raramente são removidos pelo voto. O Itamaraty, posteriormente, emitiu uma nota pedindo que o CNE publique “dados desagregados por mesa de votação” para garantir a transparência e legitimidade do processo eleitoral.