Ex-primeira-dama peruana recebeu socorro rápido do Brasil antes mesmo de ser presa, enquanto Juliana, ainda com vida, ficou abandonada por longas horas sem apoio do Estado.
A Justiça do Peru decretou, em 18 de junho, a prisão da ex-primeira-dama Nadine Heredia sob acusações de corrupção e lavagem de dinheiro. Logo na sequência, o governo brasileiro autorizou o envio de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) a Lima para trazê-la ao país, onde recebeu oferta de asilo político. A operação foi concluída antes que a polícia peruana pudesse executar o mandado de prisão.
Depois de o Planalto mobilizava recursos para atender à aliada estrangeira, a família da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, passou a relatar na última sexta-feira (20) falta de apoio estatal. A jovem sofreu um acidente em 20 de junho durante trilha no Monte Rinjani, ilha de Lombok, Indonésia, e permaneceu viva nas primeiras horas após a queda. Não houve envio imediato de aeronaves ou equipes de resgate por parte do Brasil, nem contato do Ministério das Relações Exteriores.
Em mensagem encaminhada ao Conexão Política na tarde de 22 de junho, a família afirmou: “Estamos no escuro”.
Especialistas em direito internacional apontam que o Brasil tem obrigação de acionar canais consulares para apoiar cidadãos em situação de risco no exterior. Representantes de entidades de direitos humanos também têm mencionado a disparidade de tratamento entre a rápida resposta dada a Heredia e a demora no caso de Juliana.
Organizações ligadas ao turismo e influenciadores do setor também alegam negligência dos governos brasileiro e indonésio. As críticas listam que o trecho da trilha onde ocorreu o acidente é classificado como de difícil acesso, exigindo protocolos de resgate específicos.
Até a publicação desta reportagem, Itamaraty, Ministério da Defesa e Palácio do Planalto não haviam comentado as críticas de omissão.
Fonte e Foto: Conexão Política