Nesta sexta-feira (1º/12), o Tribunal Internacional de Justiça (CIJ), conhecido como Tribunal de Haia, decidiu por unanimidade proibir a Venezuela de tentar anexar a região de Essequibo, na Guiana. A disputa territorial, que representa metade do território guianense e é rica em petróleo, tem gerado tensões entre os dois países.
A decisão da CIJ impede qualquer ação por parte da Venezuela que interfira no atual status do território em questão, além de restringir atitudes de ambas as nações que possam agravar o conflito. Essa medida ocorre às vésperas de um referendo convocado pelo presidente Nicolás Maduro para deliberar sobre a anexação da Guiana Essequiba, agendado para este domingo (3/12).

No antigo Twitter (X), Maduro defendeu a incorporação do território, afirmando: “Não deixaremos que ninguém nos tire o que nos pertence, nem trairemos os nossos princípios. Defenderemos Essequibo!”
O histórico do conflito remonta ao século 19, quando a Guiana era colônia britânica, e a disputa se intensificou devido à descoberta de reservas de ouro na fronteira. A Corte Internacional de Paris emitiu uma sentença arbitral em 1899, retirando a Essequibo da Venezuela, mas o país contestou a decisão e se baseia no Acordo de Genebra de 1966 para reivindicar o território.
A Organização das Nações Unidas (ONU), a pedido da Guiana, encaminhou o caso à CIJ, embora analistas internacionais apontem pouca probabilidade de a Venezuela reconhecer a decisão do tribunal.
Diante da crescente tensão, o Ministério da Defesa reforçou a presença militar na fronteira norte do Brasil, atendendo a um pedido do senador Hiran Gonçalves. O Itamaraty, por sua vez, reafirmou seu papel na mediação da controvérsia entre Guiana e Venezuela, destacando as reuniões diplomáticas realizadas com ambos os países.