O governo russo provocou controvérsia ao inserir o que chama de “movimento LGBT” na lista de organizações terroristas do país, conforme relatado pela mídia estatal na sexta-feira (22). Essa decisão, baseada em uma determinação da Suprema Corte que autoriza ativistas LGBT+ a serem categorizados como extremistas, poderia desencadear a imposição de punições mais duras.
A lista em questão é gerenciada pela agência estatal Rosfinmonitoring, que tem autoridade para congelar contas bancárias de mais de 14 mil pessoas e entidades em toda a Rússia. Esta agência já puniu desde grupos terroristas como a Al Qaeda até corporações como a gigante de tecnologia Meta, além de associados do falecido líder da oposição Alexei Navalny.
Segundo informações do Kremlin, a nova classificação abrange o “movimento social LGBT internacional e suas unidades estruturais”, porém sem fornecer detalhes adicionais além dessa designação genérica. Esta medida se insere em um contexto mais amplo de restrições aos direitos dos homossexuais ao longo dos últimos anos na Rússia.
O presidente Vladimir Putin frequentemente argumenta que tais práticas representam uma decadência ocidental que ameaça os valores familiares. Nos últimos anos, Moscou aprovou leis proibindo a promoção de relações sexuais “não tradicionais” e impôs restrições legais e médicas à transição de gênero. Essas medidas têm levantado preocupações entre grupos de direitos humanos e comunidades LGBT+ tanto dentro quanto fora da Rússia.