Após mais de um mês desde a população da Venezuela ter ido às urnas para eleger um novo chefe de Estado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse não conseguir reconhecer um vencedor da eleição.
Autoridades venezuelanas apontaram vitória de Nicolás Maduro, mas não apresentaram as atas eleitorais para comprová-la. “Não aceito nem a vitória dele [Maduro] nem da oposição. Não tem prova. Ele tem o direito de não gostar”, afirmou Lula, em entrevista à rádio MaisPB, nesta sexta-feira (30/8).
O petista falou ter conversado com representantes do México e da Colômbia como forma de “cuidado”, e contou que eles estão exigindo apenas as atas eleitorais para confirmar o resultado.
“A Venezuela tem o Comitê Eleitoral Nacional, que tinha de dar o parecer pelas atas. O Maduro passou direto para a Suprema Corte. Eu não estou questionando a Suprema Corte, acho que corretamente deveria passar pelo colégio eleitoral”, defendeu.
União Europeia também não reconhece Maduro
Na União Europeia, os membros perderam a esperança de que Maduro apresente as atas eleitorais. Assim como o Brasil, os países do bloco esperavam provas da reeleição do líder venezuelano.
“O Conselho Europeu decidiu que Maduro não tem legitimidade democrática como presidente”, afirmou Josep Borrel, chefe de política externa da União Europeia.
“Como não há contagens nem verificações, e tememos que nunca haverá nenhuma, não podemos aceitar a legitimidade de Maduro como presidente eleito da Venezuela. Ele continuará sendo presidente de fato, mas negamos a legitimidade democrática com base em resultados que não podem ser verificados”, explicou.
Fonte: Metrópoles
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