O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) voltou a usar sua estratégia de vídeos virais para pressionar o Congresso Nacional. Em publicação nas redes sociais na noite de terça-feira (6), ele denunciou um esquema bilionário de fraudes envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e pediu que seus seguidores cobrem publicamente a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
No vídeo, que já acumula cerca de 34 milhões de visualizações até a madrugada desta quarta-feira (7), Nikolas repete a fórmula que o consagrou no caso do Pix: uma denúncia direta, linguagem popular e uma convocação à ação nas redes. Ele pede que internautas comentem nas publicações do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), exigindo a abertura da CPI.
A estratégia é a mesma que, em janeiro, o fez alcançar 200 milhões de visualizações em apenas 24 horas ao criticar uma norma sobre o monitoramento do Pix. A publicação ultrapassa hoje os 330 milhões de acessos. Em abril, ele também lançou mão do formato para defender a anistia de condenados pelos ataques de 8 de janeiro, somando quase 60 milhões de visualizações.
Desta vez, o alvo é o esquema de descontos indevidos em benefícios do INSS. A fraude, revelada em operação conjunta da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal no fim de abril, envolveu a cobrança de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024. As entidades responsáveis, segundo o ministro da CGU, Vinicius Marques de Carvalho, sequer tinham estrutura operacional para prestar os serviços que alegavam oferecer.
A repercussão levou ao afastamento e posterior demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Dias depois, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, também pediu demissão.
Agora, com pressão popular crescente e mais uma campanha viral em curso, Nikolas tenta transformar o caso em uma nova CPI no Congresso Nacional.