Na próxima semana, o Sistema Único de Saúde (SUS) dará início à distribuição da vacina Qdenga em 512 municípios do Brasil, marcando um avanço significativo nas estratégias de combate à dengue. Contudo, nos primeiros meses, a vacinação será direcionada exclusivamente a crianças e adolescentes com idades entre 10 e 14 anos.
O Ministério da Saúde justifica essa restrição com base nas estatísticas de hospitalizações por dengue, destacando que o grupo de 10 a 14 anos registrou um dos maiores números de internações nos últimos anos, totalizando 16,4 mil casos de 2019 a 2023.
A decisão de limitar a faixa etária decorre da disponibilidade de doses, uma vez que o fabricante, a farmacêutica Takeda, atualmente não tem capacidade para produzir lotes maiores do imunizante. Inicialmente planejada para abranger crianças de 6 a 16 anos, a vacinação precisou ser reajustada devido à incerteza quanto ao fornecimento das doses.
A Qdenga é administrada em duas doses, com um intervalo de três meses entre elas. Para o ano de 2024, o governo estima vacinar aproximadamente 2,5 milhões de jovens, enquanto para 2025 já estão contratadas 9 milhões de doses, suficientes para imunizar mais 4,5 milhões de pessoas.
A possibilidade de ampliação do público-alvo ao longo dos meses está sujeita ao progresso da campanha de vacinação. Enquanto isso, aqueles que estão fora da faixa etária indicada e desejam se vacinar devem recorrer à rede privada, onde as vacinas estão disponíveis desde junho por preços em torno de R$ 800 pelo conjunto de duas doses.
A Qdenga é recomendada para indivíduos de 4 a 60 anos, com exceção de gestantes, lactantes, puérperas, pessoas com febre ou histórico de reações alérgicas graves. Após a vacinação, reações leves como dor de cabeça, dor muscular e no local da aplicação podem ocorrer, conforme indicado na bula do imunizante.