Um novo estudo do Cedars-Sinai Health System, em Los Angeles, publicado no The Lancet, aponta que metade dos pacientes que experimentam uma parada cardíaca fora do hospital, conhecida como morte súbita, apresentam pelo menos um sintoma nas horas ou dias anteriores ao evento. O objetivo da pesquisa era identificar sinais precoces, uma vez que a morte súbita tem uma taxa de mortalidade significativa, chegando a 90% quando ocorre fora de uma unidade de saúde.
Embora o infarto seja frequentemente associado à parada cardíaca, o estudo observacional avaliou diferentes condições, excluindo casos relacionados a traumas e uso de drogas. Entre os cerca de 400 indivíduos analisados que sofreram parada cardíaca, metade apresentou sintomas horas antes ou no dia anterior. Os mais comuns foram dor no peito e falta de ar, seguidos por transpiração intensa e convulsões.
O estudo também destacou diferenças de sintomas entre homens e mulheres. Homens apresentaram mais dor no peito, falta de ar e transpiração excessiva, enquanto as mulheres relataram mais falta de ar. Embora os autores reconheçam limitações na metodologia, os dados ressaltam os sinais mais comuns que merecem atenção.
A cardiologista Patrícia Guimarães, do Hospital Israelita Albert Einstein, enfatiza a importância da individualização do tratamento, considerando características como história de vida, antecedentes familiares e hábitos. Ela destaca que, diante de sintomas novos ou diferentes, uma investigação é crucial.
A prevenção precoce, com acompanhamento especializado, é crucial para evitar ataques cardíacos. Guimarães ressalta que cada indivíduo é único, e a estratégia de prevenção deve levar em conta fatores como exercícios, dieta e medicamentos, se necessário. Em caso de suspeita de parada cardíaca, chamar o socorro é essencial, pois o atendimento preparado em equipe é fundamental para salvar vidas.