Goiânia – Pelo menos 13 presos ficaram feridos após um início de motim na manhã desta quarta-feira (14/9) na Casa de Prisão Provisória (CPP), maior presídio de Goiás, que fica dentro do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, região metropolitana da capital goiana.
Uma briga entre detentos de diferentes celas teria começado por volta das 8h. Nesse primeiro momento, oito presos teriam ficado feridos, segundo a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP).
Os ferimentos teriam sido causados por armas brancas improvisadas, feitas com partes da estrutura das grades, os chamados “chuchos”.
Em seguida, policiais do Grupo de Operações Penitenciária Especiais (Gope) entraram na área dos presos para evitar que eles acessassem uma das grades de saída do bloco, segundo a DGAP. Neste momento, os policiais feriram outros cinco detentos com disparo de arma de fogo.
Desespero
Familiares de presos correram até a porta do Complexo Prisional pedindo notícias para as autoridades, assim que ficaram sabendo da rebelião. A cada ambulância escoltada que saía pela portaria, o desespero aumentava entre os parentes.
“A gente ficou muito nervoso com a situação toda, porque o familiar está lá dentro e a gente não tem notícia”, lamentou Viviane Vidal, familiar de preso e uma das criadoras do Grupo Espalha Amor, que presta apoio a parentes de detentos.
Os cinco presos baleados foram levados para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e não correm risco de morrer, segundo a DGAP. Os outros oito presos feridos teriam sido atendidos na enfermaria do próprio Complexo Prisional.
Viviane ainda questionou o uso de munição letal pelos policiais e disse que a rebelião foi resultado das más condições do presídio, com episódios de tortura e falta de alimentação. No final de julho, quatro presos foram assassinados dentro da CPP em menos de uma semana.
“A gente sabe que nosso parente está preso porque cometeu algo errado, mas ele está ali pagando a pena dele, não precisa ter tortura, passar fome, levar choque e spray de pimenta”.
Força controlada
Em nota, a DGAP informou que “servidores penitenciários intervieram na situação de tumulto, valendo-se do uso progressivo da força, de modo a salvaguardar a segurança da unidade”.
Além disso, procedimentos administrativos foram instaurados para apuração dos fatos e eventuais sanções aos presos envolvidos no tumulto, segundo o órgão. A reportagem entrou em contato com o Hugo e aguarda boletim médico.
Fonte: Metrópoles