RIO — A dona de casa Vilma Leite afirmou, nesta terça-feira, que sua família ficou em choque após tomar conhecimento dos comentários feitos por uma estudante de Medicina em Marechal Deodoro, no interior de Alagoas. A aluna publicou declarações jocosas nas redes sociais sobre uma paciente que havia chegado durante a madrugada a uma unidade de saúde e, com isso, interrompeu o horário que a universitária tinha para dormir. A enferma era Lenilda Silva, irmã de Vilma.
— A família está em choque, a filha dela já está vindo de São Paulo, e o filho mora aqui (em Marechal Deodoro). Eles já estão movendo uma ação com advogado — afirmou Vilma, em entrevista à TV Pajuçara.
A irmã da dona de casa morreu na unidade de saúde. A causa do óbito não foi divulgada.
O caso aconteceu na Unidade Mista Dr. José Carlos Gusmão. Na foto, que foi publicada nos stories da conta do jovem no Instagram, a estudante exibiu o nome da paciente e escreveu: “Faltando 10 min para minha hora de dormir, chega mulher infartando e com edema agudo no pulmão e agora já passou 1h30 da minha hora de dormir. Tô puta”.
Na postagem seguinte, ela informou a morte da paciente: “Atualizações: a mulher morreu e eu não dormi”.
— Ela não sabia que era o plantão dela? Ela não sabia que iria trabalhar à noite? Qual é a dela? É atender a pessoa direito. Se ela, como estudante de Medicina, está fazendo isso, imagina quando for uma médica. Ela vai matar muito paciente desse jeito. Porque queira ou não a culpa também é dela — disse Vilma.
A paciente morava na zona rural de Marechal Deodoro e precisou sair de casa às pressas para dar entrada na unidade de saúde durante a madrugada.
— Se fosse a mãe dela, a irmã, uma tia, e sobrinha, algum parente, algum amiguinho dela, eu garanto que ela não tinha feito isso. Ela teria corrido logo para atender e chamar médico ou quem fosse que estivesse lá dentro para socorrer. É revoltante uma coisa dessa — finalizou Vilma.
Afastada do estágio
As postagens da universitária circularam em grupos de Whatsapp, nos quais a estudante foi criticada pela insensibilidade e exposição da paciente, até chegarem à direção do curso de Medicina onde ela está matriculada.
O Centro Universitário Cesmac publicou uma nota nas redes sociais em que informa ter iniciado um processo administrativo para investigar o caso. A universidade afirmou que a aluna cursa o nono período do curso de Medicina na instituição e cumpria estágio no regime de internato em uma unidade de emergência.
Segundo a nota, a jovem foi afastada de suas atividades acadêmicas na universidade e pela Secretária de Saúde de Marechal Deodoro.
Fonte: O Globo