A Justiça Federal deu um prazo de 72 horas para o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) explicar o aumento do preço de combustível, anunciado pela Petrobras nesta quinta-feira, 10. A decisão foi proferida nesta sexta-feira, 11, pela juíza Flávia de Macedo Nolasco, da 9ª Vara Federal Cível do Distrito Federal, em ação movida pela Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, que pede a imediata suspensão do reajuste. O grupo é presidido pelo deputado federal Nereu Crispim (União Brasil-RS). O processo também é assinado pelo Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), o Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Guarulhos e o Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Jundiaí.
“O aumento é uma facada nos caminhoneiros e há omissão do Poder Executivo perante a população Brasileira, pois o presidente [Jair Bolsonaro] tem a caneta para dar uma solução definitiva e não o faz. Ele se omite de sua responsabilidade tentando sempre imputar a terceiros a solução. A classe se sente traída porque acreditou nas promessas do presidente para a categoria quando ele, então candidato [à Presidência] declarou, em vídeo, apoio às reivindicações da classe quando da paralisação de maio de 2018”, disse Crispim em nota enviada. Além da Advocacia-Geral da União (AGU), o presidente da Petrobras, Joaquin Silva e Luna e a própria estatal devem se manifestar. A juíza da 9ª Vara Federal Cível do DF só deve decidir após o posicionamento das partes.
Depois de 57 dias, a Petrobras anunciou, na quinta-feira, 10, um novo reajuste no preço dos combustíveis. O preço da gasolina sofreu alta de 18,8%, passando de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro. A alta do diesel foi ainda mais acentuada, de 24,9%, com o preço do litro subindo de R$ 3,61 para R$ 4,51. O gás teve alta de 16,1%, com o quilo passando de R$ 3,86 para R$ 4,48. O aumento reflete a escalada do barril do petróleo em decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia, iniciada no dia 24 de fevereiro.
Fonte: JP Notícias