O McDonald’s anunciou nesta terça-feira que está suspendendo suas operações na Rússia. Com isso, todas os 850 restaurantes no país serão fechados temporariamente como resposta a invasão da Ucrânia.
“Os nossos valores não nos permitem ignorar o sofrimento humano que se vive na Ucrânia”, justificou Chris Kempckinski, CEO do McDonald’s.
A empresa afirma que continuará pagando o salário dos 62 mil funcionários enquanto as lojas estão fechadas. O McDonald’s operava no país há 30 anos e estava sob forte pressão dos consumidores por um posicionamento em relação à guerra na Ucrânia.
Ao comunicar a decisão, a empresa relata a quebra na cadeia de suprimentos, num contexto em que várias multinacionais abandonaram seus negócios na Rússia por causa da guerra e também por dificuldades de operar num país que foi desconectado dos sistemas globais de pagamentos pelas sanções ocidentais.
“Neste momento, é impossível prever quando poderemos reabrir nossos restaurantes na Rússia. Estamos passando por interrupções em nossa cadeia de suprimentos, juntamente com outros impactos operacionais. Também acompanharemos de perto a situação humanitária”.
Dove e sopas Knorr
Também nesta terça-feira, a gigante de cosméticos L’Oreal anunciou que fechará temporariamente suas unidades. A decisão valerá tanto para as lojas próprias da L’Oreal tanto para os pontos de venda dentro de lojas de departamentos, assim como seus sites de vendas na Rússia.
“Condenamos veementemente a invasão russa e a guerra na Ucrânia, que está causando tanto sofrimento ao povo ucraniano”, disse a empresa francesa em comunicado.
A maior empresa de cosméticos do mundo também disse que suspenderia todos os investimentos em propaganda na Rússia e considera tomar medidas adicionais referente aos seus 2.200 funcionários no país.
Na Ucrânia, a L’Oreal tem 326 funcionários. A maioria permanece no país em “condições cada vez mais insuportáveis”, segundo nota da empresa.
Outra gigante europeia, a Unilever, anunciou nesta terça-feira que vai suspender as importações e exportações a partir da Rússia. É a primeira grande multinacional de alimentos a tomar essa decisão.
A empresa, que é forte também no segmento de cosméticos e limpeza e tem no seu porfólio marcas como o sabão Dove e a sopa Knorr, informou porém que vai continuar a fornecer seus produtos essenciais de alimentação e higiene feitos na Rússia para as pessoas no país. Mas disse que abriria mão do lucro nessas operações.
Outras grandes empresas de consumo britânicas, incluindo as varejistas de moda on-line ASOS e Boohoo, e a varejista de alimentos e roupas Marks & Spencer também evitaram a Rússia ou reduziram a exposição ao país.
A PepsiCo, um dos poucos produtos ocidentais permitidos na União Soviética antes de seu colapso, está avaliando opções para seus negócios na Rússia, conforme informou o Wall Street Journal nesta terça-feira.
No entanto, a empresa está relutante em fechar sua unidade russa devido à produção de produtos essenciais diários, como leite e fórmula infantil, de acordo com o relatório do WSJ.
Fonte: O Globo