O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou a Ucrânia de atrasar as negociações de paz para encerrar o conflito no Leste Europeu, ao fazer exigências irreais. Durante uma conversa por telefone com o chanceler alemão, Olaf Scholz, ele afirmou que as autoridades ucranianas apresentam pedidos “que não são realistas” para a construção de um acordo de cessar-fogo concreto entre as nações. “O regime de Kiev busca por todos os meios adiar o processo de negociações, apresentando propostas que não são realistas”, afirmou o serviço de imprensa do Kremlin, em um comunicado que resume a conversa entre os dois governantes.
Nesta semana, ambos os países concordaram sobre a perspectiva de que as negociações estariam avançando. O Ministério de Relações Exteriores da Rússia afirmou que os países devem continuar as conversas bilaterais para tentar chegar a um acordo. Uma reportagem do Financial Times divulgou nesta semana que uma minuta do acordo já teria sido redigida. Apesar dos prováveis e pequenos avanços, os ataques à Ucrânia foram mantidos. Com bombardeios intensificados desde a última segunda-feira, 14, civis continuam sendo vitimados no conflito e várias regiões reduzidas a escombros. Nesta sexta, as três principais cidadades ucranianas, Kiev, Lviv e Kharkiv foram alvo de ataques das tropas russas no início da manhã.
O porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, afirmou à imprensa que a conversa entre Putin e Schols foi “dura” e informou que o Kremlin deverá conversar também com o presidente da França, Emmanuel Macron na tarde desta sexta-feira, 18. Peskov ainda disse ser prematuro falar sobre um possível acordo de paz entre os russos e os ucranianos: “Posso dizer que a delegação russa está mostrando vontade de trabalhar muito mais rápido do que está acontecendo neste momento (…) Infelizmente, a delegação ucraniana não está preparada para acelerar as negociações”, reforçou, corroborando a ideia de Putin.
A Rússia deseja negociar com a Ucrânia um status de neutralidade diante da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e de desmilitarização no território. As autoridades ucranianas já admitem a impossibilidade de ingressarem na Otan, mas exigem seguranças contratuais para evitar outros conflitos no futuro e pedem que haja países ‘fiadores’ de sua segurança, responsáveis por sua defesa militar em caso de nova agressão. A Ucrânia também pede a retirada das forças russas do seu território e o respeito de sua integridade territorial. Antes do início da guerra, em 24 de fevereiro, a Rússia havia reconhecido a independência de duas regiões separatistas do leste da Ucrânia e, há oito anos, anexou a Crimeia ao seu território.
Fonte: JP Notícias