Em entrevista, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou o debate em curso no Congresso Nacional sobre o possível fim da jornada de trabalho no modelo 6×1. Segundo ele, os partidos que lideram a proposta estão “desconectados do povo brasileiro” e utilizam o tema para fins políticos.
Bolsonaro afirmou, na entrevista realizada na terça-feira (12/11), que é contrário à proposta e ressaltou que, na sua visão, a alteração envolveria uma cláusula pétrea da Constituição Federal. “Essa questão da jornada de trabalho não teve assinatura suficiente ainda. O que está sendo proposto está lá no artigo 7º da Constituição, que é uma cláusula pétrea”, pontuou. Para ele, o debate estaria sendo promovido pelo PT, PSOL e PCdoB com o objetivo de atrair eleitores insatisfeitos e desinformados.
“O que eles querem é voltar à origem, pegando muita gente desinformada, lá na base do mercado de trabalho, ou que está desempregada, e dizendo: ‘Vamos reduzir para quatro dias de trabalho por semana e três de folga’. Parece muito bonito”, comentou Bolsonaro, demonstrando ceticismo sobre os benefícios da proposta.
O ex-presidente também relembrou um projeto desenvolvido durante seu governo, que visava atender trabalhadores insatisfeitos com a carga horária atual. Segundo Bolsonaro, a iniciativa foi pensada junto ao ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, e incentivaria esses trabalhadores a criarem seus próprios negócios.
“Eu e Paulo Guedes, por exemplo, trabalhamos na ideia de um programa chamado ‘Minha Primeira Empresa’. Assim, quem estivesse insatisfeito com o salário ou a jornada poderia abrir seu próprio negócio, pagando um salário de R$ 10 mil ou R$ 20 mil por mês para si mesmo e trabalhando três dias por semana”, explicou o ex-presidente, em tom irônico.
A fala de Bolsonaro reflete sua oposição à flexibilização da jornada de trabalho e seu posicionamento crítico aos partidos de esquerda, que considera estarem promovendo a discussão de forma distorcida e populista.