Um vídeo de uma reunião entre o ex-presidente Jair Bolsonaro, ministros e assessores emergiu como peça central na operação conduzida pela Polícia Federal na quinta-feira (8/2), conhecida como Operação Tempus Veritatis. A colunista Bela Megale, de O Globo, foi a primeira a divulgar parte dessas gravações, nas quais Bolsonaro pressiona seu círculo íntimo a agir antes das eleições de 2022 para permanecer no poder.
Durante o encontro ocorrido em 5 de julho de 2022, Bolsonaro expressa suas preocupações sobre possíveis fraudes eleitorais que poderiam favorecer a esquerda. Ele argumenta que esperar até depois das eleições resultaria em caos e convoca medidas imediatas para proteger a suposta liberdade em risco.
O ex-presidente menciona a participação das Forças Armadas na comissão eleitoral e insinua influência sobre elas, questionando o papel do TSE e de ministros do Supremo Tribunal Federal, incluindo Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, em um suposto esquema para favorecer Lula.
A Operação Tempus Veritatis obteve documentos que citam Bolsonaro e revela que a reunião teve como objetivo direcionar uma narrativa de fraude eleitoral entre os apoiadores. O vídeo completo, segundo a PF, revela discussões mais intensas, incluindo planos alternativos caso Lula vencesse as eleições, como confirmado posteriormente.
O diálogo transcrito pela PF mostra Bolsonaro falando sobre mobilizar seus ministros e seu Exército em resposta a um suposto acordo entre o TSE e Lula. O ex-presidente exige uma conduta ativa de ataque à Justiça Eleitoral por parte de seus ministros, disseminando acusações falsas contra o então candidato Lula durante a reunião.