O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abordou os recentes depoimentos de generais das Forças Armadas que corroboraram a existência de um plano golpista por parte do governo Bolsonaro após as eleições presidenciais de 2022, onde Lula saiu vitorioso.
Durante uma reunião ministerial nesta segunda-feira (18/3), Lula afirmou que agora há uma confirmação concreta de que o país esteve à beira de um golpe, atribuindo a falta de concretização desse plano à inação de Bolsonaro, a quem chamou de “covardão” e sugeriu que “ficou em casa, chorando”.
Lula destacou que, após os depoimentos dos generais, a ameaça de golpe deixou de ser uma mera insinuação, afirmando que “hoje nós temos certeza que o país correu sério risco de ter um golpe em função das eleições de 2022”.
Segundo Lula, Bolsonaro “não teve coragem” de seguir adiante com o plano golpista, optando por uma atitude passiva. Ele criticou o presidente por se refugiar nos Estados Unidos em vez de cumprir suas promessas.
Os recentes depoimentos, tornados públicos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, revelaram detalhes da trama golpista durante o governo Bolsonaro, com destaque para relatos de ex-comandantes das Forças Armadas. O general Marco Antônio Freire Gomes descreveu encontros onde foram discutidos planos golpistas, incluindo a utilização de instrumentos como a Garantia da Lei e da Ordem (GLO), o Estado de Defesa e o Estado de Sítio.
Carlos Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), relatou que Freire Gomes teria ameaçado o ex-presidente com prisão caso ele seguisse adiante com o plano golpista. A atitude firme de Freire Gomes, segundo Baptista Júnior, foi crucial para evitar outro golpe de Estado no Brasil, destacando que “caso o comandante tivesse concordado, a tentativa de golpe teria sido bem-sucedida”.