Nesta quinta-feira (18), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), fará uma visita à refinaria de Abreu e Lima, situada em Ipojuca, a cerca de 43 km de Recife. O local foi destacado em sua sentença de condenação no caso do tríplex do Guarujá, assinada por Sergio Moro na Operação Lava Jato, posteriormente anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A refinaria, iniciada em parceria com a estatal venezuelana PDVSA em 2005, durante o governo de Hugo Chávez, enfrentou complicações e não foi completamente concluída. O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou perdas estimadas em R$ 15,5 bilhões devido a operar abaixo de sua capacidade total.
Sergio Moro alegou em sua sentença que Lula teria recebido vantagens indevidas da OAS, parte do consórcio responsável pela construção, junto à Petrobras. Com as decisões de anulação, Lula busca anunciar novos investimentos no projeto durante sua visita, alinhados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e ao Plano Estratégico da Petrobras para 2023-2027.

O projeto de expansão, conhecido como trem 2, visa aumentar significativamente a capacidade de refino, agregando 150 mil barris de petróleo por dia e resultando em 300 milhões de litros de diesel anuais. Aprovado durante o governo de Jair Bolsonaro, o plano enfrentou desafios devido à incompletude do ativo.
A refinaria de Abreu e Lima, central na Lava Jato, também teve papel em outras condenações. Em 2015, Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef foram condenados por irregularidades relacionadas ao empreendimento. A retomada das obras hoje é vista como estratégica para a Petrobras, impulsionando a produção de combustíveis em um contexto global de escassez devido a conflitos internacionais.