A Polícia Federal (PF) revelou detalhes de um plano que incluía o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Entre as estratégias discutidas estavam o uso de veneno e explosivos para executar as autoridades. A conspiração foi debatida em 12 de novembro na residência do general da reserva Walter Braga Netto, segundo as investigações.
De acordo com a PF, os suspeitos utilizavam codinomes para se referir às vítimas: “Jeca” para Lula e “Joca” para Alckmin. Os documentos apontam que a fragilidade de saúde do presidente e suas visitas frequentes a hospitais foram analisadas como oportunidades para envenenamento. Já no caso de Moraes, os criminosos consideraram o uso de explosivos durante eventos públicos oficiais, apesar de destacarem os riscos operacionais elevados.
“Os danos colaterais seriam muito altos, e a chance de captura e baixa (morte) também era alta”, diz trecho do relatório. A execução foi parte de um planejamento operacional batizado de “Punhal Verde e Amarelo”, elaborado para impedir a posse de Lula e atacar o STF, em uma tentativa de golpe de Estado.
Operação Contragolpe
Autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, a Operação Contragolpe foi deflagrada nesta terça-feira (19) para desarticular a organização criminosa por trás do plano. Entre os presos estão militares da ativa e da reserva, além de um policial federal.
Dentre os alvos estão o general da reserva Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro e atual assessor do deputado Eduardo Pazuello. Outros nomes incluem o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo, o major Rafael Martins de Oliveira e o policial federal Wladimir Matos Soares.
A operação expõe a gravidade das ameaças enfrentadas pelas principais lideranças do país e reforça a necessidade de vigilância constante para preservar as instituições democráticas.