O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), reuniu-se com senadores de oposição nesta segunda-feira (9/9) para discutir o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O documento, que conta com o apoio de 150 deputados, reflete a insatisfação de setores políticos com as decisões de Moraes, mas Pacheco adotou um tom cauteloso ao abordar o tema.
Demonstrando a conhecida discrição mineira, Pacheco afirmou que analisaria o pedido “com zelo”, mas fez ressalvas à ideia de afastar um ministro com base em decisões jurisdicionais. “Sempre tive muita prudência ao avaliar impeachment em relação a atos jurisdicionais. Decisões judiciais, por mais equivocadas que sejam, são passíveis de recursos”, ponderou. Ele acrescentou que, se esse critério fosse aplicado a Moraes, outros ministros do STF que confirmaram suas decisões poderiam enfrentar o mesmo destino.
O pedido de impeachment foi encaminhado para análise da Advocacia do Senado, mas a expectativa nos bastidores é que as chances de avançar são mínimas. Pacheco, que se prepara para uma possível candidatura ao governo de Minas Gerais em 2026 e articula sua sucessão no Senado, tem evitado confrontos diretos com a oposição. Ele já mostrou disposição de enfrentar o STF ao pautar e aprovar a PEC que limita as decisões monocráticas dos ministros, mas o texto ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados.
A ofensiva contra Alexandre de Moraes ocorre em meio ao bloqueio da rede social X (antigo Twitter) no Brasil, que envolveu um embate com o empresário Elon Musk. A resistência de Pacheco em dar andamento ao pedido de afastamento de Moraes fez dele alvo de protestos de manifestantes bolsonaristas na Avenida Paulista no último sábado (7/9), que pediam a saída do ministro do STF.