Pesquisadores dos Estados Unidos sugerem que a avaliação do risco de Alzheimer deve incluir a medida da gordura abdominal, de acordo com um estudo recente publicado na revista Obesity, em 27 de fevereiro. O acúmulo de gordura na região abdominal tem sido associado a uma série de problemas de saúde, incluindo doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e complicações articulares.
O estudo, conduzido por pesquisadores da Universidade de Rutgers, envolveu 204 voluntários de meia-idade saudáveis, todos filhos de pacientes com Alzheimer. Os participantes foram submetidos a exames de ressonância magnética para avaliar a concentração de gordura nos órgãos abdominais, além de testes de avaliação cognitiva.
Os resultados revelaram que pessoas de meia-idade com histórico familiar de Alzheimer e maior quantidade de gordura abdominal apresentavam tendência a mudanças no volume cerebral e declínio na função cognitiva. A associação entre gordura abdominal e Alzheimer foi mais evidente em homens do que em mulheres.
Os pesquisadores destacaram que a medida convencional do índice de massa corporal (IMC) não é suficiente para avaliar os riscos relacionados à obesidade, pois não considera a distribuição da gordura corporal. Eles enfatizaram que os depósitos de gordura abdominal devem ser considerados como um fator de risco independente para menor funcionamento cognitivo e maior risco de demência.
As descobertas indicam a necessidade de investigar mais a fundo as relações entre os depósitos de gordura, o envelhecimento cerebral e a cognição, abrindo possibilidades para estudos específicos em abordagens destinadas a minimizar o impacto da gordura abdominal na saúde cerebral masculina. O estudo ressalta a importância de considerar a gordura abdominal como um indicador crucial na avaliação do risco de Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas.