O Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) e Fundação de Medicina Tropical – Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), investiga o surgimento de dez casos suspeitos de doença de Chagas em Amaturá (a 909 quilômetros de Manaus). Técnicos das instituições foram enviados ao município nesta sexta-feira (06/05) para agilizar o diagnóstico, tratamento e investigação da origem dos casos.
Conforme a secretária municipal de Saúde de Amaturá, Janete Eufrásio, os casos suspeitos de doença de Chagas foram identificados na comunidade Caturiá 3, zona rural do município e notificados na quinta-feira (05/05) à FVS-RCP.
“As informações preliminares são que os casos suspeitos estão ligados à ingesta de açaí. Assim que fomos notificados, a equipe de vigilância foi mobilizada”, informou Janete. Detalhes sobre pacientes e o estado de saúde estão sendo investigados.
“As informações ainda são preliminares, mas a rapidez no diagnóstico, tratamento e investigação da origem dos casos é fundamental para o controle da disseminação da doença, e não vamos medir esforços para prestar o suporte necessário ao município”, afirmou o secretário de Estado de Saúde, Anoar Samad.
A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, destaca que foi constituída uma equipe para atender e investigar a situação em Amaturá. “Imediamente foi mobilizada uma equipe de técnicos para seguir até Amaturá e verificar a situação in loco. Todos os casos registrados estão sendo monitorados para que possamos identificar a fonte de infecção e interromper a cadeia de transmissão”, afirma.
A equipe é composta por técnico da SES-AM, médico da FMT-HVD e técnicos da FVS-RCP do Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM), do Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (CIEVS-AM), do Departamento de Vigilância Epidemiológica (DVE), Departamento de Vigilância Sanitária (Devisa) e Departamento de Vigilância Ambiental (DVA), por meio da Subgerência de Entomologia (SGENTO).
Segundo o chefe do DVA/FVS-RCP, Elder Figueira, essa é a primeira vez, em cerca de 18 anos, que Amaturá apresenta casos de doença de Chagas e que 18 casos suspeitos estão sendo revisados. “A princípio, os casos receberam diagnóstico de malária, mas, durante a revisão de lâminas do exame, foi observada a presença do parasita Trypanosoma cruzi, havendo confirmação laboratorial da doença”, disse Elder.
A investigação epidemiológica dos casos está sendo intensificada pela Secretaria Municipal de Saúde de Amaturá, que recebe suporte da SES-AM, por meio da FVS-RCP.
Transmissão – O parasita Trypanosoma cruzi é o agente etiológico da doença de Chagas. No Amazonas, a principal forma de transmissão da doença ocorre por meio de ingestão de suco de açaí contaminado.
A principal forma de prevenção é a inspeção visual e a captação dos frutos antes da preparação e manipulação dos alimentos.
Além do açaí, outros alimentos podem estar envolvidos na transmissão oral do parasita, como frutas, vegetais e respectivas preparações, como suco de cana de açúcar, buriti e bacaba.
Referência – A FVS-RCP é responsável pela Vigilância em Saúde do Amazonas e atua no monitoramento de doenças no estado, entre elas a doença de Chagas, por meio do Departamento de Vigilância Ambiental (DVA/FVS-RCP).
A instituição funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na avenida Torquato Tapajós, 4.010, Colônia Santo Antônio, Manaus. O contato telefônico do DVA/FVS é o (92) 3182-8547.
FOTOS: Divulgação/FVS-RCP e Eduardo Prado/FVS-RCP