A campanha Setembro Amarelo é organizada nacionalmente pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM). O objetivo é esclarecer as pessoas sobre a prevenção, o diagnóstico de transtornos mentais e as possibilidades de tratamento.
A médica Gesika Amorim, com especialização em tratamento integral do autismo e neurodesenvolvimento, alerta para os primeiros sinais de que a saúde mental pode estar comprometida.
“Em primeiro lugar, há um desconforto consigo mesmo. Muitas vezes não é necessário que você tenha sinais de ansiedade, palpitação ou sintomas depressivos. Muitas vezes alterações do ritmo alimentar, com aumento ou diminuição da fome, cansaço excessivo, exaustão ou uma sensação de que não vai dar conta já podem ser indicativos”, afirma a profissional de saúde.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), apontam que, a cada 40 segundos, uma pessoa é vítima de suicídio no mundo. No Brasil, a ABP aponta que 96,8% dos casos estão relacionados diretamente a algum transtorno mental, como depressão e ansiedade. Dessa forma, para reverter esse quadro é importante ficar atento aos sintomas e procurar ajuda quando necessário.
Sintomas de saúde mental abalada
A Dra. Gesika Amorim, mestre em educação médica, pediatra pós-graduada em neurologia e psiquiatria, com especialização em tratamento integral do autismo, saúde mental e neurodesenvolvimento, conta quais são os primeiros sinais de que a saúde mental pode estar comprometida. “Em primeiro lugar, um desconforto consigo mesmo. Muitas vezes não é necessário que você tenha sinais de ansiedade, palpitação ou sintomas depressivos. Muitas vezes alterações do ritmo alimentar, com aumento ou diminuição da fome, um cansaço excessivo, uma exaustão, uma sensação de que não vai dar conta já podem ser indicativos”.
A médica também alerta para os sintomas que estão diretamente relacionados a doenças mentais. “Sintomas de ansiedade, o que a gente chama de catastrofização – sensação e o medo de que as coisas não deem certo. Isso tem acontecido muito agora, durante a pandemia. É a sensação de que eu não vou dar conta e as coisas não vão dar certo. Isso é muito comum e um sinal importante do adoecimento mental. Além, claro, dos sintomas depressivos. Do rebaixamento de humor, sintomas de menos-valia e de autoestima baixa. Tudo isso são sinais de que a nossa saúde mental pode estar comprometida”, explica a especialista.
Como cuidar e preservar a mente
É comum que as pessoas se preocupem com a saúde física, façam exames e, em seguida, procurem ajuda médica em caso de dor. Porém, prestar atenção nos sintomas que a Dra. Amorim elencou também é fundamental para manter uma boa saúde mental. Para evitar as sensações descritas pela médica e se manter afastado de complicações graves é preciso atenção com alguns hábitos cotidianos.
De acordo com a especialista, o estilo de vida saudável pode ser um grande aliado na luta contra as doenças mentais. “O mais importante é você lutar pela sua qualidade de vida. Lutando pela qualidade de vida você vai ter, por consequência, uma melhora da saúde mental. Então tenha uma disciplina no seu hábito de vida, alimente-se bem, pratique uma atividade física, tenha horários corretos de dormir, não abuse de álcool e drogas, tenha uma vida familiar e social saudável. Tudo isso são formas de prevenir o adoecimento mental”, conta a médica.
Onde e como procurar ajuda
Procurar auxílio especializado pode ser determinante para salvar uma vida e é mais fácil do que muitos imaginam. O Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma associação de utilidade pública federal, que presta um apoio emocional, voluntário e gratuito em prol da prevenção do suicídio. Qualquer pessoa que queira ou precise conversar sobre o assunto pode acioná-los por chat, telefone, e-mail ou presencialmente. Tudo é realizado com profissionalismo, sigilo total e anonimato.
“Devemos sempre oferecer acolhimento, ouvir e auxiliar na busca por ajuda. Estas posturas de respeito com aquele que está em sofrimento podem ser fundamentais à recuperação, enquanto o desdém e pouco caso podem amplificar a dor ou adiar um tratamento”, finaliza a psicóloga Matsumoto.
Fonte: Saúde em Dia