Após a abertura de processo contra nove parlamentares no Conselho de Ética da Câmara de Deputados, dois deles, Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) e Carla Zambelli (PL-SP), rebateram as representações. Bolsonaro afirmou que vai se defender pela falta de provas existentes contra ele. Já a deputada denunciou um suposto ataque a sua imunidade parlamentar. Além dos dois, também vão responder a processo no Conselho: Carlos Jordy (PL-RJ), Jandira Feghali (PCdoB-PA), Talíria Petroni (PSOL-RJ), Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Heitor Freire (União-CE), Bia Kicis (PL-DF) e Kim Kataguiri (União-SP).
O deputado Eduardo Bolsonaro não compareceu à reunião que determinou a abertura do processo contra ele. Ele foi acusado pelo PT de desrespeitar o senador Humberto Costa nas redes sociais e pelo PCdoB, PT, PSOL e pela Rede Sustentabilidade por debochar da jornalista Míriam Leitão, que fez relatos do que sofreu durante a ditadura militar. Em entrevista ao Jornal Jovem Pan, Bolsonaro rebateu as acusações: “Essa guerra de narrativas apenas precede uma medida judicial. Depois, eles sempre pedem um afastamento, falam em cassação, mas o que eu fiz foi apenas uma piada. E me defendo dizendo que eu não sou obrigado acreditar em Míriam Leitão. Ela se diz torturada, diz que foi presa numa cela junto com uma cobra, mas, de fato, o que há é apenas a palavra dela. Agora, se quiserem encontrar pessoas que se dizem torturadas, é só ir em qualquer presídio do Brasil, que você vai encontrar condenados, pessoas presas, dizendo que foram torturados pela polícia. É o álibi para tentar posar como vítima e comover a opinião pública a seu favor”, disse Eduardo Bolsonaro.
Já deputada Carla Zambelli foi acusada também pelo PT de desrespeitar o senador Humberto Costa nas redes sociais. A parlamentar chamou o senador de “Vampirão”, mas segundo ela, foi feita apenas uma referência a uma lista do departamento de propina da Odebrecht. “Você coloca ali ‘Vampirão’ e ‘PT’, aparece ele em todos os jornais. Estadão, Folha de São Paulo, Veja, todos os jornais chamaram o Humberto Costa de Drácula ou de Vampirão. Aí ele quer caçar o meu mandato, por que eu estou usando uma expressão que o povo usa? Eu sinto muito, mas não me arrependo de tê-lo chamado de vampirão. Eu acho que a minha imunidade me permite isso. Se ele se sentiu ofendido, eu acho que cabe, talvez, um danos morais, alguma coisa nesse sentido, discutir na justiça. Agora, de maneira nenhuma, pedir cassação e fazer o Conselho de Ética, que é uma comissão tão importante, perder tempo com algo assim. Minha imunidade, garantida pelo artigo 53 da Constituição, eu sou imune por quaisquer palavras, votos e opiniões”, afirmou.
Na reunião do Conselho de Ética que abriu processo contra os parlamentares também foram sorteadas as listas de deputados que poderão ser designados como relatores dos processos. Os escolhidos não podem pertencer ao mesmo partido ou Estado dos representados ou ao partido que abriu a representação. Essa é a primeira fase de uma representação protocolada contra um parlamentar. Agora, o presidente do Conselho de Ética vai decidir quem será o relator das ações. Depois disso, o relator tem um prazo de dez dias para apresentar um parecer que pode ser pelo prosseguimento ou pelo arquivamento do caso.
Fonte: JP Notícias