Laura Schertel, especialista em direito digital e filha do ministro do STF, compõe grupo que vai propor regras e ações para enfrentar notícias falsas no próximo pleito.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu mais um passo no combate à desinformação eleitoral ao instituir, nesta segunda-feira (30), um grupo de trabalho responsável por formular estratégias e propostas que servirão de base para as normas das eleições de 2026. Entre os integrantes está a professora Laura Schertel, filha do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.
Especialista em direito digital, proteção de dados e inteligência artificial, Schertel é uma das autoras do anteprojeto de lei que busca regulamentar o uso da IA no Brasil. Sua presença no grupo chama atenção não apenas pelo vínculo familiar com o Judiciário, mas também por sua atuação em temas sensíveis e cada vez mais relevantes no cenário eleitoral.
O grupo será responsável por debater e elaborar diagnósticos, pesquisas, programas e campanhas voltadas ao enfrentamento da desinformação, com foco nas transformações tecnológicas que impactam o ambiente digital e o comportamento do eleitorado. Os trabalhos também vão subsidiar possíveis parcerias com plataformas e redes sociais.
Além de Schertel, o grupo inclui o vice-procurador-geral eleitoral Alexandre Espinosa; a advogada Estela Aranha, que será secretária-geral da comissão e é assessora da ministra Cármen Lúcia; e especialistas como Virgílio Almeida (ciência da computação), Marilda Silveira (direito eleitoral), Dora Kaufman (inteligência artificial) e Bruno Bioni (privacidade e regulação digital). Um juiz auxiliar da presidência do TSE também será designado.
Os integrantes poderão formar subgrupos para aprofundar temas específicos e elaborar relatórios que serão apresentados à presidência da Corte. As sugestões também poderão ser encaminhadas ao Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação e Defesa da Democracia (CIEDDE), órgão criado para atuar em momentos críticos do processo eleitoral.
Entre os membros do grupo, há posições firmes em defesa da regulação de ferramentas digitais. Virgílio Almeida, por exemplo, tem alertado para o avanço de discursos extremistas entre jovens nas redes, e defende uma reorganização da sociedade digital em favor de valores democráticos. Já a jurista Marilda Silveira destacou, em evento recente, que o maior desafio da Justiça Eleitoral é preservar a confiança do eleitor, com respostas rápidas e transparentes.
Com esse movimento, o TSE antecipa discussões sensíveis para tentar garantir eleições mais seguras e informadas em 2026, diante do crescente uso de tecnologias que podem distorcer o debate público.