O MPC (Ministério Público de Contas) entrou com representação no Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), pedindo a suspensão do pagamento de R$ 650 mil ao cantor Wesley Safadão, contratado pela Prefeitura de Rio Preto da Eva (a 80 quilômetros de Manaus).
O cantor participou do mega evento que celebrou o 40º Aniversário do Município, a 5ª Feira da Piscicultura e a 1ª Feira do Artesanato Indígena, realizados entre os dias 31 de março até o dia 3 de abril.
Segundo a procuradora de Contas Elissandra Monteiro Freire Alvares, o MPC solicitou à Prefeitura, que é comandada pelo prefeito Anderson Sousa (MDB), documentos ligados ao contrato do show de “Safadão”, porém o prefeito omitiu as respostas ao órgão.
Elissandra Alvares também disse que o alto valor empregado em um único show contrapõe aos baixos índices educacionais, sociais e econômicos apresentados em Rio Preto da Eva. Ela destacou o evento que contou com mais dois artistas nacionais.
“Não se podem fechar os olhos para o dispêndio de recursos públicos no valor de mais de meio milhão de reais empregados na realização de um único show, qual seja, o do cantor Wesley Safadão. Além disso, as peças publicitárias indicam a participação de outros artistas nacionais, como Israel Novaes e Léo Magalhães, desconsiderando o atual cenário do município, que apresenta baixos indicadores educacionais, sociais e econômicos”, ressaltou Elissandra Alvares.
O MPC apontou, ainda, que o município de Rio Preto da Eva apresenta apenas 5,9% da população ocupada; 44% da população aufere renda mensal de até 1/2 salário mínimo; e 95,6% das receitas são oriundas de fontes externas.
Dessa forma, a geração de riqueza beira a insignificância e, nesse sentido, o IDHM alcançou 0,611, índice considerado baixo; 9,2% de esgotamento sanitário; e 21,9% de urbanização das vias públicas.
No ranking do IDEB do ensino fundamental, o município ocupa a 4260ª posição entre 5.570 cidades do país.
Com informações do BNC